EDDIE QUINTANA
( Bolívia )
QUINTANA LANZA, Eddie de la (La Paz, Bolívia, 1943).- Poeta.
Ganhou prêmios em eventos literários convocados pela Universidade Técnica de Oruro.
Livro de Poesia : Reclamações ao vento (1987).
TEXTO EN ESPAÑOL - TEXTO EM PORTUGUÊS
BEDREGAL, Yolanda. Antología de la poesía boliviana. La Paz: Editorial Los Amigos del Libro, 1977. 627 p.
13,5x19 cm Ex. bibl. Antonio Miranda
MONTAÑA Y HOMBRE
No me siento con fuerzas para llegar al rito,
para ver en los Andes la sombra de un gigante,
para internarme adánico, festivo, suplicante,
en la montaña húmeda
que brota de los vientos.
En mi ciudad de humo nunca la tierra avanza,
aquí no se distinguen las olas del silencio;
ya no sé cómo puedo creer en tu existencia
sin erguirme en mi sitio
gritando y maldiciendo.
No puedo con mis ojos penetrar en tus rocas,
los aires de leyenda te mantienen lejano,
soy como un río claro que emana de tus fuentes
sin descubrir las huellas que anidan en secreto.
No comprendo tu altura,
me asusta tu silencio.
Eres un Dios extraño que limita en las nubes
Para que el hombre vuele.
No puedo entre el polvo de mi patria extinguirme
tocando un mismo cielo que te proyecta en nube
y la luna te besa
y las nieves te hunden
y el Sol irradia contigo tus colores
y mi aorta te estrecha al palpar tu fragancia
frente al metal miserable que te hiere.
Quiero vivir en tí. Llevar hasta tus rocas
un mar ardiente que te pertenece.
Los dos construiremos la vida y la simiente,
montaña y hombre, solos como un sueño de cumbre.
Illimani, Illimani,
coloso sin pasado, eterno, permanente.
Constantemente pienso que no mides la tierra
porque estás en los cielos para medir los astros.
Ahora tengo todo caído en las rodillas,
el mundo, los pañuelos y todas las nostalgias,
y el peso de las plazas de tu ciudad-estrella
y tristeza, tristeza.
Te diré íntimamente,
así como quien prueba conversar con los muertos,
con el dolor de patria que espera la mañana:
¡Tú mismo eres mi espejo!
Resplandeciendo lejos, lejanísimo estás,
apoyado en un suelo de infinitos altiplanos,
pendiente de los cielos como nube escogida,
vigilando el bullir de tu ciudad de luces.
Illimani, Illimani, de ti brotan los cantos
de este pueblo paceño prendido en tu memoria,
surgiste como un símbolo de paz y libertad
para irradiarte en toda la tierra americana.
Illimani, Illimani,
ya de tanto mirarnos jamás nos tocaremos,
en tus neveras pálidas se funde mi esqueleto,
de las entrañas de tu cordillera
se exhala la esperanza.
Iremos a tu encuentro cuando llegue el momento
para integrar en el azul profundo de tu mar lejano
el infinito albor de tu presencia altiva.
Ahora ruge, Illimani,
yo seré tu relevo cuando llegue el silencio..
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
MONTANHA E HOMEM
Não me sinto com forças para chegar ao rito,
para ver nos Andes a sombra de um gigante,
para internar-me adânico, festivo, suplicante,
na montanha úmida
que brota dos ventos.
Em minha cidade de fumo nunca a terra avança,
aqui não se distinguem as ondas do silêncio;
já não sei como posso acreditar em tua existência
sem erguer-me em meu lugar
gritando e maldizendo.
Não posso com meus olhos penetrar em tuas rochas,
os ares de lenda te mantêm distante,
sou como um rio claro que emana de tuas fontes
sem descobrir as pegadas que aninham em segredo.
Não compreendo a tua altura,
me assusta o teu silêncio.
És um Deus estranho que limita nas nuvens
Para que o homem voe.
Não posso pelo pó de minha pátria extinguir-me
tocando o mesmo céu que te projeta em nuvem,
e a lua te beija
e a neve te afunda
e o Sol irradia contigo tuas cores
e minha aorta te estreita ao apalpar tua fragrância
diante do metal miserável que te fere.
Quero viver em ti. Levar até às tuas rochas
um mar ardente que te pertence.
Os dois construiremos a vida e a semente,
montanha e homem, unidos como um sonho de cume.
Illimani, Illimani,
colosso sem passado, eterno, permanente.
Constantemente eu penso que não meças a terra
porque estás no céu para medir os astros.
Agora tenho tudo caído nos joelhos,
o mundo, os lenços e todas as nostalgias,
e o peso das praças de tua cidade-estrela
e tristeza, tristeza.
E te direi intimamente,
assim como quem tenta conversar com os mortos,
com a dor de pátria que espera a manhã:
Tu mesmo és o meu espelho!
Resplandecendo longe, bem distante estás,
apoiado em um solo de infinitos altiplanos,
pendente de do céu como nuvem eleita,
vigiando a agitação de tua cidade de luzes.
Illimani, Illimani, de ti brotam os cantos
deste povo de paz preso em tua memória,
surgiste como um símbolo de paz e liberdade
para irradiar-te em toda a terra americana.
Illimani, Illimani,
por tanto mirar-nos jamais nos tocaremos,
em tuas geleiras pálidas se funde meu esqueleto,
das entranhas de tu cordilheira
expira a esperança.
Iremos ao tu encontro quando chegue o momento
para integrar no azul profundo de teu mar distante
o infinito albor de tua presença altiva.
Agora ruge, Illimani,
eu serei tu relevo quando chegar o silêncio..
*
VEJA e LEIA outros poetas da BOLÍVIA em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/bolivia/bolivia.html
Página publicada em junho de 2022.
|